1ª aos CORINTIOS
COMO SUPERAR OS CONFLITOS NA COMUNIDADE
ROTEIRO PARA ESTUDO
1. Introdução à carta
2. Leitura da Carta (possivelmente em A Bíblia - Novo Testamento, Paulinas).
3. Estudo da Carta (ir ao menu da Carta em estudo)
4. Atividade (ver um filme, fazer uma pesquisa, ler algum subsídio, etc indicada)
5. Oração (Leitura orante - Paulina, como é sugerida na página inicial deste site)
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1Cor
ROTEIRO PARA ESTUDO
COMO SUPERAR OS CONFLITOS NA COMUNIDADE
ROTEIRO PARA ESTUDO
1. Introdução à carta
2. Leitura da Carta (possivelmente em A Bíblia - Novo Testamento, Paulinas).
3. Estudo da Carta (ir ao menu da Carta em estudo)
4. Atividade (ver um filme, fazer uma pesquisa, ler algum subsídio, etc indicada)
5. Oração (Leitura orante - Paulina, como é sugerida na página inicial deste site)
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1Cor
ROTEIRO PARA ESTUDO
1. Introdução à carta
Corinto era uma rica cidade comercial, com mais de 500 mil habitantes, na maioria escravos. Corinto era a capital da região grega da Acaia, uma cidade senatorial, isto é, com um cônsul que tinha poderes oriundos do senado romano.
Fundada centenas de anos antes da era cristã, Corinto teve percalços e destruições em sua história, mas, com Júlio César, em 44 a.C., pôde iniciar um notável desenvolvimento.
Nesse porto marítimo se encontrava gente de todas as raças e religiões à procura de vida fácil e luxuosa, criando ambiente de imoralidade e ganância. A riqueza escandalosa de uma minoria estava ao lado da miséria de muitos. Surgiu, inclusive, uma expressão: «Viver à moda de Corinto», que significava viver no luxo e na orgia.
Paulo, entre os anos 50 e 52, permaneceu aí durante dezoito meses (At 18,1-18) e fundou uma comunidade cristã formada por pessoas da camada mais modesta da população (1Cor 1,26-28).
A primeira carta aos Coríntios foi escrita em Éfeso, provavelmente no ano 56. A comunidade já estava reproduzindo, de certa maneira, o ambiente vivido na cidade toda. Ela também estava dividida: os grupos brigavam entre si, cada um se apoiando na autoridade de algum pregador do Evangelho. Por isso, o primeiro objetivo de Paulo na carta é restabelecer a unidade, advertindo que o único líder é Cristo, e este não está dividido. Paulo aproveita da situação para traçar um retrato do verdadeiro agente de pastoral (1Cor 1-4). Depois, passa a denunciar os escândalos que pervadem a comunidade: incesto, julgamento em tribunais pagãos e a imoralidade, e vai elaborando uma teologia do corpo: este é o templo do Espírito Santo (1Cor 5-6).
Em seguida, responde a diversas perguntas formuladas pelos coríntios. Na primeira série, procura orientar os cristãos sobre os estados de vida (1Cor 7): matrimônio ou celibato? Divórcio ou indissolubilidade? O que pensar da virgindade? Como devem comportar-se os noivos? As viúvas podem se casar de novo? Em tudo isso, onde está a originalidade cristã? Ao responder sobre a questão da carne sacrificada aos ídolos (1Cor 8-10), ele coloca o fundamento da verdadeira liberdade cristã: o respeito aos outros.
A carta também apresenta normas para que haja ordem e autêntico culto cristão nas assembléias litúrgicas (1Cor 11-14): entra na debatida questão do véu das mulheres; denuncia as diferenças de classe nas celebrações eucarísticas, e aí é taxativo: Eucaristia sem amor fraterno é impossível. Salienta igualmente que os carismas que são muitos na comunidade só têm sentido quando estão a serviço dos irmãos e se estão subordinados ao dom maior, que é o amor.
Por fim (1Cor 15), citando exemplos da natureza e da próxima ressurreição de Cristo, demonstra que a ressurreição dos corpos é inquestionável: o cerne da fé é a certeza de que a vida vence a morte.
Informação .............................................................................................
A palavra "carisma", que aparece neste texto, tem a ver com "karis", que, em grego, significa "graça", "dom", "oferta". Assim, "carisma" significa "dom", "graça". .........................................................................................
2. Leitura da Carta ( A Bíblia - Novo Testamento, Paulinas).
3. Estudo da Carta
Agora que você já fez uma leitura atenta de 1 Coríntios, passemos ao estudo dessa Carta, de sua estrutura e do contexto em que foi escrita. Circunstâncias Durante a terceira viagem missionária (entre os anos 53 e 57), enquanto se encontrava em Éfeso, Paulo preocupou-se com a Igreja de Corinto. Ele tinha para com ela sentimentos de pai, como lemos em 1 Coríntios 4,15, e soube que haviam muitos problemas por lá, certamente de ordem moral.
Manda, então, para lá, uma Carta, que, lamentavelmente, não chegou até nós.
Em 5,9ss, lemos algo a respeito. Na minha carta vos escrevi que não tivésseis familiaridade com os impudicos. Porém, não me referia de um modo absoluto a todos os impudicos deste mundo, os avarentos, os ladrões ou os idólatras, pois neste caso deveríeis sair deste mundo. Mas eu simplesmente quis dizer-vos que não tenhais comunicação com aquele que, chamando-se irmão, é impuro, avarento, idólatra, difamador, beberrão, ladrão. Com tais indivíduos nem sequer deveis comer (5,9–11).
Essa primeira Carta aos Coríntios, agora perdida, não obteve êxito. Então, Paulo escreve a que chamamos de 1 Coríntios, que deveria ser a segunda se aquela não fosse perdida.
O Apóstolo recebeu notícias alarmantes, vindas de cristãos conhecidos: por intermédio de representantes da casa de Cloé (1 Coríntios 1,11) e de Apolo (Atos 18,27 e 1 Coríntios 16,12). Essas notícias traziam o retrato de divisões, partidos que armavam uns contra os outros usando o nome de Paulo, de Apolo e de Cefas (Pedro). Havia um caso de incesto público (1 Coríntios 5,1–13) e um frequente uso dos tribunais pagãos para solucionar problemas entre membros da comunidade (1 Coríntios 6,1–11). Alguns até criavam raciocínios ambíguos a respeito da liberdade em Cristo (1 Coríntios 6,12– 20; 10,23). Além disso, chegam alguns representantes de Corinto: Estéfanas, Fortunato e Acaico (1 Coríntios 16,17), que apresentam a Paulo situações diversas que esperam soluções. São como perguntas ou questões relativas à vida que alguns filhos apresentam ao pai. Esse é o contexto em que nasce a 1 Coríntios: a necessidade de responder a problemas concretos, sem muita ordem lógica.
1 Coríntios deve ter sido escrita por volta do ano 55 ou 56; alguns insistem até em 57, mas essa é uma data muito tardia. Parece que foi escrita próxima da Páscoa, pois utiliza imagens pascais, como em 5,7s e 16,5–9. Não é uma Carta sistemática, como acabamos de dizer, com exposições claras sobre pontos importantes da doutrina cristã. Antes, é um escrito do momento, motivado por situações concretas. 1 Coríntios, junto à segunda, pode ser identificada como ótima representante do gênero de cartas e do pensamento mais original de Paulo.
Estrutura e comentário de 1 Coríntios
A primeira e a segunda Carta de São Paulo aos Coríntios não contêm um esquema lógico, uma estrutura bem pensada ou articulada. Como já dissemos, são frutos de ocasião, escritas a partir de situações concretas e de perguntas não acadêmicas, mas, sim, experimentadas. Assim, um esquema teórico pode apresentar limites e imperfeições, mas é possível montar uma visão geral. Pode-se dividir 1 Coríntios em duas grandes partes, além de uma introdução e uma conclusão. Vejamos sua estrutura:
. Endereço e introdução - 1,1–9.
. Primeira parte: Desordens e sua condenação - 1,10—6,20 .
. Divisão interna - 1,10–16 .
. A cruz: loucura, escândalo e sabedoria - 1,17–31.
. Apresentação da pregação de Paulo: sua fragilidade - 2,1–5
. Sabedoria de Paulo - 2,6–16.
. As divisões e suas causas - 3,1–8.
. O fundamento de tudo: Cristo - 3,9–17 .
. Sabedoria e loucura - 3,18–23.
. Os apóstolos e o mundo - 4,1–21.
. O caso do incesto - 5,1–13.
. Os tribunais pagãos - 6,1–11.
. A impureza- 6,12–20 .
. Segunda parte: questões e situações - 7,1—15,58. C
. Celibato e virgindade - 7,1–9.
. Os cônjuges e seus direitos e deveres- 7,10–16.
. O chamado de Deus - 7,17–24.
. Celibato - 7,25–40.
. A idolatria e as carnes aos ídolos - 8,1–13.
. Os missionários - 9,1–14 .
. As renúncias do Apóstolo - 9,15–27.
. Exemplos de Israel - 10,1–13.
. O escândalo - 10,14—11.
. O traje das mulheres - 11,2–16 .
. A celebração da ceia - 11,17–34.
. Os carismas - 12,1–11.
. Analogia entre o corpo e os membros da Igreja - 12,12–30.
. Esboço de uma hierarquia de dons - 14,1–25.
. Os dons na assembleia - 14,26–40.
. A ressurreição: o anúncio fundamental do Ressuscitado - 15,1–11 .
. Jesus Cristo ressuscitado: esperança e vida - 15,12–20 .
. A ressurreição do fiel - 15,21–58 .
. Conclusão. Coleta - 16,1–9.
. Notícias diversas - 16,10–18.
. Saudação final- 16,16–25.
Endereço e introdução (1,1–9)
Paulo faz a introdução costumeira, identificando-se e associando o "irmão Sóstenes" a si. Dirige-se à Igreja de Corinto, afirmando que eles são santificados em Jesus Cristo e chamados à santidade. Esse chamado não é limitado a eles, mas é dirigido a todos o que invocam o nome de Jesus. Aqui, está contido o motivo fundamental da Carta: a santidade como participação na vida divina. Paulo dirige-se aos coríntios lembrando-os dessa vocação. Eles vivem em meio a uma sociedade absurdamente corrompida pelos vícios.
No início de sua Carta, ele propõe esse princípio e desenvolve-o amplamente.
Primeira parte: desordens e condenação (1,10–6,20)
Nessa primeira parte da 1 Coríntios, Paulo apresenta argumentos, exortações e até ameaças a partir do que ele ouviu nos relatórios de seus colaboradores. São situações que pedem uma palavra, geralmente, uma palavra firme, para conduzir à mudança de comportamento. O que chama a atenção nisso é que, mesmo em meio às palavras duras e ameaças, Paulo apresenta sua fé, declara-se fiel em Cristo, insiste na necessidade do seguimento de Jesus e exorta à fidelidade.
Divisão interna (1,10–16) Paulo abomina essa divisão, pois ela não expressa a harmonia nem a vontade de Deus.
A cruz: loucura, escândalo e sabedoria (1,17–31)
Em poucos versículos, Paulo apresenta um dos textos mais conhecidos que identifica o Cristianismo. Partindo da busca de si e da sabedoria, ele apresenta a cruz, a loucura e o escândalo, mas, sobretudo, a salvação. Aqui, ele chega ao ponto alto dessa reflexão com esse longo axioma: Os judeus pedem milagres, os gregos reclamam a sabedoria; mas nós pregamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os pagãos; mas, para os eleitos — quer judeus quer gregos —, força de Deus e sabedoria de Deus. Pois a loucura de Deus é mais sábia do que os homens, e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens (1,22–25). A verdadeira pregação cristã nada tem a ver com a sabedoria humana, mas vem da adesão ao Cristo crucificado. Aos coríntios, Paulo recorda que eles não são sábios ou poderosos, mas simples e humildes; por isso, devem dar graças a Deus pelo chamado que receberam.
Apresentação da pregação de Paulo: sua fragilidade (2,1–5)
Paulo declara que veio aos coríntios com toda a fragilidade que lhe é própria, sem as seguranças que seriam de se esperar de um pregador destemido. Certamente, está aqui, de modo subliminar, a experiência de Tessalônica, quando ele precisou fugir de lá pela perseguição dos judeus.
Sabedoria de Paulo (2,6–16)
Paulo declara que tem uma sabedoria que não é marcada pelas vaidades humanas. A sabedoria de Deus, pregada por Paulo, é misteriosa e secreta, mas dada a conhecer para quem a aceitar pela ação do Espírito Santo. Temos, nesse passo, outro axioma importante: Mas o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, pois para ele são loucuras. Nem as pode compreender, porque é pelo Espírito que se devem ponderar. O homem espiritual, ao contrário, julga todas as coisas e não é julgado por ninguém (2,14–15).
As divisões e suas causas (3,1–8)
Paulo põe em evidência o motivo das divisões em Corinto. Ele inicia com uma palavra dura, lembrando que os coríntios são homens carnais, incapazes de ouvir a verdade e aceitá-la. Paulo acusa-os de ciúmes tolos, nascidos dessa situação. Uns declaram-se de Apolo, outros de Paulo… Mas esses dois são apenas servos de Deus, que faz tudo crescer. É a ele que os coríntios devem voltar-se.
O fundamento de tudo: Cristo (3,9–17)
Em uma série de argumentos incisivos, Paulo afirma o que fundamento de tudo é Cristo, não um pregador cristão. Ele usa da imagem da construção, usa do argumento do julgamento e conclui com uma frase que pode ser, também, considerada um axioma cristão: "Não sabeis que sois o templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?" (3,17).
Sabedoria e loucura (3,18–23)
Concluindo essa série de argumentos, Paulo praticamente exalta-se e declara que, somente fazendo-se louco, aos olhos do mundo, poderá ser realmente sábio. Declara que os valores são invertidos: a sabedoria do mundo é loucura para Deus; e o que pode ser loucura nesse mundo é a sabedoria de Deus. Portanto, os pregadores, Paulo, Apolo, Cefas e tudo o que existe são de Cristo, e Cristo é de Deus.
Os apóstolos e o mundo (4,1–21)
Em uma longa sequência, Paulo apresenta a identidade apostólica e a realidade da missão do apóstolo. Ele recorda que o Senhor coloca tudo às claras, até o que está escondido por medo ou pela maldade. Depois, ele inicia uma diatribe: um debate com um interlocutor fictício. Nesse debate, ele defende a fraqueza dos apóstolos como sinal da presença de Deus. O tom sugere uma exaltação e uma severa acusação aos coríntios e aos que se declaram, também, apóstolos.
Ele não mede palavras para demonstrar suas ideias. No final, retoma a calma e declara que ele próprio é o que gerou a fé dos coríntios e é o seu pai. Eles não devem ceder aos falsos líderes, que desejam o controle para obter o poder.
Sugere, depois, que irá a Corinto para encontrar-se com a Igreja e continuar a ensinar-lhe. É curiosa a última palavra desse capítulo, que expressa toda a intensidade dos argumentos do Apóstolo e de seu amor por aquela Igreja. Ele diz, em uma pergunta retórica: "Que preferis? Que eu vá visitar-vos com a vara, ou com caridade e espírito de mansidão?" (4,21). Não podemos deixar de assinalar outro versículo, que pode ser, também, um axioma cristão: "Porque o Reino de Deus não consiste em palavras, mas em atos" (4,20).
O caso do incesto (5,1–13)
Paulo segue argumentando sobre o problema do incesto que existe dentro da Igreja de Corinto e que é um escândalo. Aqui, temos uma situação concreta e a ação de Paulo sobre os que a realizam. Partindo do problema concreto, que ele sugere ser até motivo de orgulho da parte dos coríntios, ele lembra que o fermento leveda a massa, em uma alusão metafórica aos maus exemplos que podem corromper o conjunto. Lembra que, na sua outra carta, que, infelizmente, não chegou até nós, ele ordenou que os fiéis coríntios não tivessem familiaridade com os impudicos. E faz uma lista de indivíduos que não merecem a amizade, nem sequer a companhia das refeições. Os versículos 10 e 11 apresentam essa lista. Aqui, ele também é direto: Deus julgará quem está fora da Igreja, mas quem está dentro dela deve comportar-se de modo diverso.
Os tribunais pagãos (6,1–11) Trata-se de uma situação igualmente escandalosa para Paulo e que, por nada, poderia contribuir para o Evangelho. Os cristãos, quando tinham suas diferenças, apresentavam-se para ser julgados em tribunais pagãos.
Para o Apóstolo, isso é um absurdo! Paulo entende que os coríntios foram lavados, purificados, justificados pelo Senhor (versículo 11). Ele faz outra relação de indivíduos que não possuirão o Reino de Deus: impuros, idólatras, adúlteros, efeminados, devassos, ladrões, avarentos, bêbados, difamadores e assaltantes (versículo 10).
A impureza (6,12–20)
Nesse passo, Paulo aborda a questão da sexualidade, iniciando com um versículo que será, também, um axioma: "Tudo me é permitido, mas nem tudo convém. Tudo me é permitido, mas eu não me deixarei dominar por coisa alguma" (6,12). A sociedade coríntia era marcada pelo sexualismo e pela licenciosidade. Paulo sabe disso e lembra aos seus filhos coríntios dessa situação e da nova vida em Cristo Jesus. Ele declara: "Não sabeis que vossos corpos são membros de Cristo?" (6,15). Então, eles devem estar em Cristo, fugindo da fornicação. O corpo é templo do Espírito Santo (versículo 19) e, por isso, deve ser mantido da pureza de sua natureza.
Segunda parte: questões e situações (7,1—15,58)
Nessa segunda parte, Paulo responde às questões que lhe chegaram como perguntas. Os coríntios desejam saber como se comportar em determinadas questões. Então, Paulo responde-lhes com aplicação e, até mesmo, usando de sua experiência pessoal.
Celibato e virgindade (7,1–9)
Em uma sociedade marcada pelo sexo, os coríntios perguntam-se qual deve ser a conduta a ser seguida: o casamento ou a virgindade. Paulo preza a virgindade como um modo de estar livre para o serviço ao Senhor. Contudo, nem todos são chamados para a obra missionária; assim, é melhor o matrimônio. O que Paulo propõe pode ser entendido em um ambiente onde o sexo faz parte do todo, não é o todo. Em outras palavras, ele compõe, com tantos outros elementos, a expressão da vida cristã. Quando o sexo toma o lugar de tudo, então, já não se fala mais de comunidade cristã! Aqui, Paulo desce a considerações bem práticas, para os casais e para os solteiros.
Os cônjuges e seus direitos e deveres (7,10–16)
Paulo lembra a necessidade da fidelidade. Havia, em Corinto, a situação de casamentos entre cristãos e pagãos. Era uma questão a ser analisada pelo Apóstolo, que a soluciona mandando que o casamento seja mantido se for do desejo dos dois. O argumento é que a parte cristã santifica a outra, e os filhos são, também, santos. Mas, se houver uma separação, então, que ela se dê, e a parte cristã está livre.
O chamado de Deus (7,17–24)
Paulo inicia falando da realidade da circuncisão: alguns cristãos são circuncisos, pois estavam, anteriormente, no Judaísmo ou foram influenciados por ele. Paulo simplesmente diz que os circuncisos fiquem como estão; os que não são circuncisos não se façam circuncidar, pois nada disso vale em função de Jesus Cristo. Depois, fala para aqueles de seu tempo, abordando a situação da servidão (os escravos). Para o Apóstolo, o chamado do Senhor é a superação de toda escravidão.
Celibato (7,25–40)
Inicialmente, Paulo lembra que não tem um mandamento do Senhor a respeito do celibato, mas que usa o bom senso e a sua própria experiência. Então, ele discorre sobre a situação dos que entram a fazer parte da Igreja: os que estão casados fiquem assim; os que não estão fiquem, também, como estão. O casamento não é um mal ou um pecado, mas impõe muitas preocupações. Aqui, é difícil compreender os argumentos, visto que a compreensão do matrimônio no tempo de Paulo é uma, e a moderna, outra. Não há, para os contemporâneos de Paulo, a possibilidade de escolha de um marido ou uma esposa. Essa escolha, na época, era feita pelos pais dos jovens. Já parte daí a grande diferença! Paulo não insiste na necessidade do celibato, mas, sim, na aceitação dos limites da escolha, o que se traduz por fidelidade e atenção.
A idolatria e as carnes aos ídolos (8,1–13)
Essa é uma questão prática bem distante de nosso tempo. Como que prevendo alguma reação posterior, Paulo inicia dizendo que a ciência (os argumentos insistentes e racionais) incha, mas a caridade (o amor cristão) constrói. Em seguida, ele aborda a questão: os animais que, em sacrifícios públicos, eram oferecidos aos ídolos. As carnes daí resultantes eram levadas para o consumo da população. Alguns podem se escandalizar com isso: cristãos comendo carnes oferecidas aos ídolos! Paulo indica que é livre, o que sugere que isso pode muito bem acontecer, mas que não convém. Para os fiéis, há um único Deus, e isso basta. Mas quem não entende isso pode se escandalizar. Recorda, então, que não é a carne que cria o problema, mas o modo de pensar de quem a come e de quem vê o fato. Ele recorda que é melhor deixar o que pode causar escândalo em benefício de quem é mais fraco na fé.
Os missionários (9,1–14)
Paulo inicia essa passagem com uma defesa, ao que parece, nascida de alguma dúvida a respeito de sua identidade de apóstolo. Alguns o acusavam de não ter visto Jesus – este deveria ser o critério para a identidade apostólica: ver o Senhor. Paulo, então, declara que viu o Senhor, e nós sabemos como: ressuscitado. Em seguida, lembra direitos naturais e adquiridos pela própria identidade apostólica. Mas ele renuncia a muitos desses direitos para estar livre na sua palavra e para não ser peso a ninguém.
As renúncias do Apóstolo (9,15–27)
Paulo declara que sua glória é o anúncio do Evangelho (versículo 16). Ele renunciou a muitos direitos em função do direito maior que ele declara ser o próprio anúncio do Evangelho. Declara-se disposto a deixar-se de lado para ganhar todos para Cristo. Para os judeus fiz-me judeu, a fim de ganhar os judeus. Para os que estão debaixo da lei, fiz-me como se eu estivesse debaixo da lei, embora o não esteja, a fim de ganhar aqueles que estão debaixo da lei. Para os que não têm lei, fiz-me como se eu não tivesse lei, ainda que eu não esteja isento da lei de Deus — porquanto estou sob a lei de Cristo —, a fim de ganhar os que não têm lei. Fiz-me fraco com os fracos, a fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, a fim de salvar a todos. E tudo isso faço por causa do Evangelho, para dele me fazer participante.
Exemplos de Israel (10,1–13)
Paulo faz uma digressão olhando para a história de Israel. Cita momentos da história em que, mesmo sabendo cometer erros, os israelitas foram em frente. Segundo ele, isso pode ser de ajuda e estímulo para não pecar, não errar.
O escândalo (10,14—11,1)
Temos, aqui, um longo passo, em que Paulo faz considerações sérias a respeito da conduta da Igreja. No fundo, o que está em evidência é a coerência com a vocação, o chamado à fé cristã. Ele insiste que "[…] não podeis beber ao mesmo tempo o cálice do Senhor e o cálice dos demônios" (10,21). Em 10,23, encontramos mais um versículo que se tornou axioma: "Tudo é permitido, mas nem tudo é oportuno. Tudo é permitido, mas nem tudo edifica". E, em 10,31–33, declara suas motivações: Portanto, quer comais quer bebais ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus. Não vos torneis causa de escândalo, nem para os judeus, nem para os gentios, nem para a Igreja de Deus. Fazei como eu: em todas as circunstâncias procuro agradar a todos. Não busco os meus interesses próprios, mas os interesses dos outros, para que todos sejam salvos (10,31–33).
O traje das mulheres (11,2–16)
Aqui, temos uma passagem curiosa e que levanta muitas dúvidas. Ela parece ser uma inserção dentro do texto de 1 Coríntios. Em 11,1, encontramos: "Tornai-vos os meus imitadores, como eu o sou de Cristo". Paulo faz essa afirmação depois de uma série de advertências e explicações a partir dos desvios e das dúvidas dos coríntios. Subitamente, em 11,2, ele declara: "Eu vos felicito porque em tudo vos lembrais de mim e guardais as minhas instruções […]", o que soa contraditório! Em contrapartida, em 11,7, o texto afirma: "Fazendo-vos essas advertências, não vos posso louvar a respeito de vossas assembleias que causam mais prejuízo que proveito".
Uma afirmação contraditória?! Esse texto de 11,2–16, eminentemente comportamental, parece ser uma interpolação em 1 Coríntios. Ele foge subitamente do tom dominante até o momento. Contudo, não se podem descartar as afirmações aqui apresentadas sem uma análise de seu conteúdo e do seu contexto. Em primeiro lugar, é necessário lembrar a licenciosidade sexual que existia em Corinto e os costumes derivados dessa situação. Os coríntios viviam em um mundo imerso na luxúria programada, cultivada religiosamente. Ora, o que Paulo propõe é uma atitude de resistência quando impõe à mulher uma situação de resguardo. É verdade que afirmações que imprimem à mulher uma situação de submissão soam antipáticas em nossos dias.
Não se trata de avaliar a palavra do Apóstolo, nem de negá-la ou aprová-la conforme nosso sistema de valores e conceitos. Trata-se de compreendê-la devidamente inserida em seu contexto social e cultural. Na realidade, uma leitura mais atenta de toda a passagem deixa claro que os limites impostos às mulheres não são o tema geral da perícope. Em 11,11–12, encontramos uma bela reflexão sobre a relação de gênero a partir da experiência cristã. Com tudo isso, aos olhos do Senhor, nem o homem existe sem a mulher, nem a mulher sem o homem. Pois a mulher foi tirada do homem, porém o homem nasce da mulher, e ambos vêm de Deus (1 Coríntios 11,11–12).
A celebração da ceia (11,17–34)
O tema da ceia é fundamental na Teologia da 1 Coríntios. Ele surge, como todos os temas de 1 Coríntios, de uma situação concreta que pede uma solução. O texto de 11,17ss apresenta a questão como um abuso do comer e beber. A ceia eucarística, ainda não desenvolvida como o será em breve, realizava-se durante uma refeição fraterna. Contudo, essa fraternidade está sendo rompida: os partidos estão impedindo a comunhão fraterna (versículos 18 e 19), e a ceia deixou de ser fraterna para ser de exageros (versículo 20).
Para demonstrar o quanto isso é condenável, o Apóstolo relata sua experiência da ceia do Senhor: Eu recebi do Senhor o que vos transmiti: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão e, depois de ter dado graças, partiu-o e disse: Isto é o meu corpo, que é entregue por vós; fazei isto em memória de mim. Do mesmo modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue; todas as vezes que o beberdes, fazei-o em memória de mim. Assim, todas as vezes que comeis desse pão e bebeis desse cálice lembrais a morte do Senhor, até que venha (11,23–26). Paulo segue afirmando que a ceia pode ser um motivo de condenação se não for expressão da vivência do Evangelho. Segundo ele, esta é a razão que, em Corinto, muitos não se sentem fracos em sua vida cristã: não estão em comunhão com Cristo. Em seguida, Paulo indica que dará outras orientações quando for visitar os coríntios.
Os carismas (12,1–11)
Paulo inicia a resposta à questão dos dons espirituais, ou carismas. É provável que houvesse, em Corinto, algumas tendências ao misticismo pagão. Assim, o Apóstolo insiste na realidade nova dos coríntios: eles são, agora, iluminados pelo Espírito Santo. Por isso, no versículo 4, argumenta que, embora os dons sejam diversos, o Espírito que os concede é o mesmo. Os dons são dados de vários modos e intensidades, mas é o mesmo Espírito que realiza a unidade entre todos.
Analogia entre o corpo e os membros da Igreja (12,12–30)
Paulo faz uma comparação que se tornou célebre: a do corpo e seus membros com a graça que os indivíduos recebem na comunidade de fé. "Há muitos membros, mas um só corpo" (12,20), ele afirma. São nesses membros que o Senhor encontra a possibilidade de tornar o Evangelho conhecido. É necessário, contudo, colocar os dons, ou, conforme a analogia, os membros do corpo, a serviço de todo o corpo e em comunhão com ele. A teologia dos carismas, ou dons, encontra, aqui, um ponto alto.
A caridade (12,31—13,13): a questão da caridade, ou do amor, é bem difícil de ser abordada.
O caso é que essa virtude nem sempre é bem encarada. Pode-se usar essa perícope de Paulo para exaltar o erotismo ou a paixão individualista. Pode-se ler o termo "caridade" no sentido de amor erótico ou amor "platônico". Contudo, "caridade" significa o amor dado a Deus em primeiro lugar. A capacidade de amar a Deus determina a possibilidade de amar aos outros. Então, o foco de atenção está em Deus e, a partir daí, ela, a caridade, gera a possibilidade de superar os limites e as situações humanas mais complexas. No final, Paulo expõe, em três versículos, alguns pontos e raciocínios que serão outros axiomas que acompanharão o Cristianismo como chave interpretativa.
Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Desde que me tornei homem, eliminei as coisas de criança. Hoje vemos como por um espelho, confusamente; mas então veremos face a face. Hoje conheço em parte; mas então conhecerei totalmente, como eu sou conhecido. Por ora subsistem a fé, a esperança e a caridade - as três. Porém, a maior delas é a caridade (13,11–13). Na cultura grega, estabeleceu-se a existência de três tipos de amor:
Ágape, Filia e Eros.
• Amor "Ágape": é o amor "caridade", ou entrega, doação total, sem limites ou condições.
• Amor "Filia": é o amor de amizade, de entrega a alguém e busca de alguém para a fidelidade.
• Amor "Eros": é a busca de outro para a complementação, para a satisfação de si e do outro.
Esboço de uma hierarquia de dons (14,1–25)
Voltando ao assunto dos carismas, ou dons, Paulo estabelece uma comparação entre a profecia e a glossolalia. Há indícios de que os coríntios estavam bem ligados a esse tipo de prática carismática. Paulo orienta-os a preferir a profecia à glossolalia. Em um modo comparativo, o Apóstolo vai citando situações de quem "fala em línguas" e de quem profetiza, declarando que essa situação é melhor em relação àquela. A situação apresenta-se bem complexa na Igreja de Corinto, pois o Apóstolo usa 25 versículos para o assunto, demonstrando, ensinando, exortando a respeito da situação. E sobressai sempre a ideia da profecia, que é, por sua vez, a comunicação de Deus.
Os dons na assembleia (14,26–40)
Se é importante zelar pela realidade da glossolalia, ou dom das línguas, é igualmente necessário estar atento para o da profecia. A profecia dita em benefício próprio ou de modo misterioso, sem edificação da comunidade; não produz efeito nem é sinal de Deus. O desejo de Paulo é que haja um saudável equilíbrio entre esses dois dons, que são do agrado dos coríntios.
A ressurreição: o anúncio fundamental do Ressuscitado (15,1–11)
Depois de responder às questões levantadas pelos coríntios, Paulo aborda o fundamento da experiência cristã fazendo um querigma, um anúncio solene. Estabelece a ideia da tradição, da transmissão que gera a vida com Cristo: "Eu vos lembro, irmãos, o Evangelho que vos preguei, e que tendes acolhido, no qual estais firmes" (15,1).
Ele declara que Jesus Cristo ressuscitou, cumprindo as Escrituras. Foi visto por muitos e, finalmente, por ele próprio, Paulo. Certamente, podem ter aparecidos os que declaravam que Paulo não era do grupo histórico dos Doze e que, por isso, não tinha autoridade de transmitir e ensinar. Entretanto, ele declara que transmite porque recebeu. E recebeu-o do próprio Senhor ressuscitado, do qual ele é testemunha. Por fim, reconhece sua humildade e declara que, nela, Deus fez muita coisa, até mais do que em outros.
Eu vos transmiti primeiramente o que eu mesmo havia recebido: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras; foi sepultado, e ressurgiu ao terceiro dia, segundo as Escrituras; 5 apareceu a Cefas, e em seguida aos Doze. Depois apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma vez, dos quais a maior parte ainda vive (e alguns já são mortos); depois apareceu a Tiago, em seguida a todos os apóstolos. E, por último de todos, apareceu também a mim, como a um abortivo (15,3–8).
Jesus Cristo ressuscitado: esperança e vida (15,12–20)
Paulo eleva seu espírito e declara a necessidade absoluta da fé na ressurreição. Podemos entender isso em relação, como já falamos em outra passagem, à sociedade da época, marcada pela morte e pelos limites da vida. Paulo, então, insiste nessa afirmação da ressurreição de Jesus como condição absoluta para a felicidade. Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé.
Além disso, seríamos convencidos de ser falsas testemunhas de Deus, por termos dado testemunho contra Deus, afirmando que ele ressuscitou a Cristo, ao qual não ressuscitou (se os mortos não ressuscitam). Pois, se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou. E se Cristo não ressuscitou, é inútil a vossa fé, e ainda estais em vossos pecados. Também estão perdidos os que morreram em Cristo. Se é só para esta vida que temos colocado a nossa esperança em Cristo, somos, de todos os homens, os mais dignos de lástima. Mas não! Cristo ressuscitou dentre os mortos, como primícias dos que morreram! (15,14–20).
A ressurreição do fiel (15,21–58)
Paulo liga a verdade da ressurreição do Senhor à necessidade da ressurreição do fiel. Ele usa imagens bíblicas como a de Adão, contrapondo-o ao Cristo. Se aquele morreu, este vive, e, vivendo, ele resgata a todos. Então, falando do final de tudo, o Apóstolo serve-se de imagens apocalípticas. Paulo também cita um combate "com as feras em Éfeso" (versículo 32), recordando algum debate ocorrido naquela cidade do qual, infelizmente, não se tem qualquer notícia, senão essa palavra. Com esse passo, encerra-se a série de respostas de Paulo à Igreja de Corinto. Conclusão.
Coleta (16,1–9)
Paulo cita a coleta que está fazendo em benefício dos santos. Ele refere-se aos cristãos de Jerusalém, que passam penúria. Indica aos coríntios a mesma regra que indicou aos gálatas. Informa, depois, que irá visitar Corinto e ficar na comunidade algum tempo. Nos versículos 8 e 9, ele declara que ficará em Éfeso, onde se abriu uma "porta", seguramente, possibilidades novas de evangelização. Não sem dificuldades!
Notícias diversas (16,10–18)
Em poucos versículos, ele faz referência a diversas situações e pessoas. Destaca Timóteo e uma possível visita dele aos coríntios. Ele deve ser atendido e ouvido, pois está em plena comunhão com o Apóstolo. Exorta, também, a Igreja: "Vigiai! Sede firmes na fé! Sede homens! Sede fortes! Tudo o que fazeis, fazei-o na caridade" (16,13–14). No final, indica a família de Estéfanas como as primícias da Acaia, isto é, os primeiros convertidos a Cristo na região de Corinto. Eles merecem consideração e respeito. Estéfanas, juntamente com Fortunato e Acaico, foram os representantes coríntios que vieram até Paulo dar-lhe notícias da Igreja, a que, agora, devem retornar.
Saudação final (16,19–25)
Paulo transmite saudações dos cristãos da Ásia. Lembra Prisca (Priscila) e Áquila, seus colaboradores fieis. Indica que está escrevendo, nesse ponto, a saudação. E, no final, como que encontrando dificuldades para despedir-se e deixar de argumentar e ensinar, indica o amor ao Senhor como sinal de bênção, pois sua ausência é maldição. Usa a expressão aramaica "Maran athá", que significa "vem, Senhor!", e, ainda, declara seu amor por todos em Cristo Jesus.
4. Atividade
Ler mais uma vez 1Cor 13. Fazer a lista das expressões do amor, segundo Paulo. A partir desta lista fazer uma tarde de retiro, avaliando a sua maneira de amar.
5. Oração (Leitura orante )
Fazer a Leitura Orante sobre o corpo e os membros da Igreja (12,12–30)
"Há muitos membros, mas um só corpo" (12,20), ele afirma. São nesses membros que o Senhor encontra a possibilidade de tornar o Evangelho conhecido. É necessário, contudo, colocar os dons, ou, conforme a analogia, os membros do corpo, a serviço de todo o corpo e em comunhão com ele. A teologia dos carismas, ou dons, encontra, aqui, um ponto alto.
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