Cartas Paulo Apóstolo

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Filemon

ROTEIRO PARA ESTUDO

1. Introdução à carta

2. Leitura da Carta (possivelmente em A Bíblia -  Novo Testamento, Paulinas).

3. Estudo da Carta (ir ao menu da Carta em estudo)

4. Atividade (ver um filme, fazer uma pesquisa, ler algum subsídio, etc indicada)

5. Oração (Leitura orante - Paulina, como é sugerida na página inicial deste site)

1. Introdução à carta ou bilhete

EM CRISTO TODOS SÃO IRMÃOS

De todas as cartas de Paulo,  Filemon é a mais breve e pessoal, a única escrita inteiramente de próprio punho. Paulo está na prisão, provavelmente em Éfeso, acompanhado das mesmas pessoas. O fato de Onésimo voltar com Tíquico para Colossos (Cl 4,7-9) faz supor que esta carta foi escrita na mesma data que a carta aos Colossenses. Filemon parece ser membro importante da igreja de Colossos, talvez o líder do grupo que se reúne em sua casa (vv. 1-2).

É uma carta de recomendação em favor de Onésimo, um escravo que fugiu do seu patrão Filemon, provavelmente após ter cometido roubo (v. 18). Onésimo procurou o apoio de Paulo, que estava na prisão, e acabou convertendo-se ao cristianismo (v. 10). Paulo manda-o de volta a Filemon, pedindo a este que o trate como irmão (v. 16).

Paulo não pensava certamente em criticar o estatuto da escravidão, comum em seu tempo, provocando assim uma revolução social. Os cristãos ainda não tinham força para exigir transformações estruturais da sociedade. Mas o Apóstolo implicitamente declara que a estrutura vigente não é legítima. De fato, mostrando que as relações dentro da comunidade cristã devem ser fraternas, Paulo esvazia completamente o estatuto da escravidão e a desigualdade entre as classes. Em Cristo todos são irmãos, com os mesmos direitos e deveres. E só Cristo é o Senhor.


2. Leitura da Carta (possivelmente em A Bíblia -  Novo Testamento, Paulinas).



3. Estudo da Carta 


Carta ou bilhete? Chamar esse interessante escrito paulino de "Carta" a Filêmon talvez não seja o melhor modo de identificá--lo. É um texto bem reduzido, com apenas 25 versículos, mas expressa muitos elementos. Quanto ao status do escrito, se o considerarmos "bilhete", ficam de fora algumas ideias fundamentais.
Primeiramente, Paulo não se dirige apenas a Filêmon, mas também à igreja que se reunia em sua casa:
Paulo, prisioneiro de Jesus Cristo, e seu irmão Timóteo, a Filêmon, nosso muito amado colaborador, a Ápia, nossa irmã, a Arquipo, nosso companheiro de armas, e à igreja que se reúne em tua casa.
A vós, graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e da parte do Senhor Jesus Cristo! (1–3).
Para ser apenas um bilhete, ideia de um texto sem maiores pretensões, não seriam nomeados esses outros elementos.
Se considerarmos o texto uma carta, ele parece ser muito reduzido para tanto. Há um conteúdo específico, embora diluído no conjunto. A questão da escravidão é o pano de fundo. O Cristianismo, que, no dizer de Paulo, rompe as barreiras, como vai se portar perante a escravidão? "Já não há judeu nem grego, nem escravo nem livre, nem homem nem mulher, pois todos vós sois um em Cristo Jesus" (Gálatas 3,28).


Escravidão e liberdade

Se, para o cristão, não há mais diferenças, como encarar a realidade concreta que se apresenta aqui: um escravo fugitivo, Onésimo, busca refúgio junto ao Apóstolo que marcou sua conversão. E o mesmo Apóstolo marcou, também, a conversão de seu senhor, Filêmon.
O Cristianismo e o próprio Paulo não trataram diretamente do tema da servidão. Mas ele estava lá presente, pois grande parte da população das cidades romanas era formada por escravos. A igreja, como se pode imaginar, era composta, em sua grande maioria, por escravos e, quem sabe, por alguns libertos.
Os escravos não o eram em função da raça, mas, sim, por motivos econômicos: dívidas e outros problemas. Outro motivo eram as guerras: os prisioneiros de guerra eram reduzidos à escravidão.
A liberdade poderia ocorrer. O escravo poderia adquirir sua própria liberdade mediante algum dinheiro que ele, de algum modo, podia acumular. Não era fácil, mas era possível. Nessa circunstância, um ex-escravo podia ascender até à cidadania romana.
Porcio Festo, governador romano que substituiu Félix em Cesareia e que mandou Paulo para Roma, era um liberto!
Para o Cristianismo, o importante era a criação de novas relações humanas. A liberdade e a escravidão não têm lugar, em função da eleição em Jesus Cristo. O Cristianismo não podia, conscientemente, lutar contra a escravidão de modo aberto, pois seria tornar a sociedade romana um caos. Toda ela se baseava no trabalho servil. Assim, o que o Cristianismo fez foi estabelecer essas novas relações humanas, inspiradas em Jesus Cristo. Isso é muito evidente na Carta a Filêmon.
Filêmon deve ser um convertido por Paulo, certamente quando de sua permanência em Éfeso, que habitava em Colossos.
Quanto a Onésimo, há informação de que teria sido bispo de Éfeso, o que dá a esse pequeno bilhete um significado sem par.
Paulo fala, em vários momentos, que está preso. A Carta ou Bilhete a Filêmon faz parte daquele grupo amplo de cartas do cativeiro, prescindindo da questão do protopaulinismo e do deuteropaulinismo. Em outras palavras, sem levar em conta essa classificação moderna, consideram-se cartas do cativeiro as Cartas aos Efésios, aos Colossenses, aos Filipenses e a Filêmon.

Estrutura do Bilhete a Filêmon.



1–3       - Endereço e destinatários
4–7       - Ação de graças
8–20     - Pedidos   
8–11     - Situação de Onésimo  
12–16   - Filho espiritual de Paulo
17–20   - Paulo e Filêmon: devedores
21–22   - Paulo confia na situação
23–25   - Saudações

Endereço e destinatários (1–3)

Paulo está com Timóteo, seu fiel colaborador. Dirige-se a Filêmon, que chama de "nosso amado colaborador", sugerindo, com isso, que Filêmon foi companheiro de Paulo em algum momento 

de suas missões. A Filêmon, Paulo acrescenta "nossa irmã Ápia", "nosso companheiro de armas Arquipo" e, finalmente, "a igreja que se reúne na tua casa"; esse "tua" se refere à casa de Filêmon.


Assim, a Carta não é um texto pessoal, dirigido apenas a uma pessoa. O assunto é, a princípio, com uma pessoa, mas, dirigindo-se a mais pessoas, Paulo amplia suas possibilidades.

Provavelmente, Árquipo é o mesmo que foi citado em Colossenses 4,17: "Finalmente, dizei a Árquipo: vê bem o ministério que recebeste em nome do Senhor, e desempenha-o plenamente". Sabemos, então, que, por um tempo, Árquipo esteve em Colossos. Dessa forma, Filêmon também pode residir ali.


Ação de graças (4–7)

Paulo dirige-se a Filêmon, reconhecendo nele um notável colaborador. Ele agradece a Deus pelo amor de Filêmon e pela fé que ele manifesta. Ao que tudo indica, Filêmon foi anteriormente colaborador de Paulo ou alguém que permitiu que a igreja pudesse crescer.


Pedidos (8–20)

Depois desses períodos introdutórios, Paulo inicia seus pedidos.

Situação de Onésimo (8–11)

Paulo declara-se um velho; podemos considerar que isso indique uma idade entre os 50 e 60 anos. Ele está prisioneiro de Jesus Cristo, isto é, conduzido pelo Espírito para a missão da Evangelização.
É lembrada a situação de Onésimo, um "filho que gerei na prisão" (versículo 10). Onésimo foi,  seguramente, batizado em algum momento de prisão de Paulo. Ele está próximo de Paulo, e este o manda de volta a Filêmon.

Filho espiritual de Paulo (12–16)

O filho espiritual de Paulo, Onésimo, mandado de volta a Filêmon, é como se fosse o próprio coração do Apóstolo. Paulo sugere que desejava mantê-lo consigo, mas não o fez sem antes obter a permissão de Filêmon. Ele espera, justamente, essa decisão de seu amigo.
Onésimo foi "retirado" de seu senhor, Filêmon, certamente com a permissão de Deus, para o auxílio de Paulo. Agora, seu senhor poderá reavê-lo, não como escravo, mas, sim, como irmão.
Paulo compara Onésimo a si mesmo em relação a Filêmon. É uma situação interessante: Paulo reconhece os direitos de senhor da parte de Filêmon, mas indica que o modelo de relacionamento cristão é mais necessário e oportuno. Ao mesmo tempo, confia na oferta de Filêmon: que Onésimo possa servir a Paulo.

Paulo e Filêmon: devedores (17–20)

Filêmon deve receber a Onésimo gentilmente. Quaisquer prejuízos que ele pode ter causado correrão por conta de Paulo.
O Apóstolo indica que ele e Filêmon se tornam, assim, devedores mútuos. Mas, acima de tudo, está a bondade esperada de Filêmon e o coração de Paulo.

Paulo confia na situação (21–22)

Paulo fala da obediência usando um interessante artifício: a obediência é exigida de um escravo, e Onésimo é escravo. Mas Filêmon também deve obedecer, certamente, ao Evangelho, que é maior que a relação entre escravo e senhor. O Apóstolo ainda anuncia que necessitará de um abrigo quando estiver com Filêmon.

Saudações (23–25)

Por último, seguem os cumprimentos. São citados Epafras, "companheiro de prisão em Cristo Jesus", Marcos, Aristarco, Demas e Lucas, colaboradores do Apóstolo. Ele conclui com a dedicação da graça de Jesus Cristo ao espírito de Filêmon.

Avaliação
Como identificar a Carta a Filêmon?

Quais os argumentos fundamentais da Carta a Filêmon e como posicioná-la perante todo o corpus paulinum?

4. Atividade: Escrever um bilhete a alguém, pedindo-lhe que perdoe a outra pessoa que a ofendeu, dando motivos cristãos para perdoá-la.

5. Oração (Leitura orante de todo o bilhete , como é sugerida na página inicial deste site)

Ouvir cantar: Hino ao amor (na home, do lado esquerdo)




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