Quem é Paulo Apóstolo?
Em Filipenses 3,4b–7, temos uma " auto apresentação" do Apóstolo Paulo:
"Se há quem julgue ter motivos humanos para se gloriar, maiores os possuo eu: circuncidado ao oitavo dia, da raça de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu e filho de hebreus. Quanto à Lei, fariseu; quanto ao zelo, perseguidor da Igreja; quanto à justiça legal, declaradamente irrepreensível. Mas tudo isso, que para mim eram vantagens, considerei perda por Cristo" (Fl 3,4b–7).
Vejamos os elementos elencados nessa passagem:
1) Circunciso no oitavo dia.
2) Da raça de Israel.
3) Da tribo de Benjamin.
4) Hebreu, filho de hebreus.
5) Quanto à Lei, fariseu.
6) Quanto ao zelo, perseguidor da Igreja.
7) Quanto à justiça que se encontra na Lei, tornado irrepreensível.
8) Arrebatado por Cristo para ser apóstolo.
Elementos para a compreensão da Teologia e prática apostólica do Apóstolo.
1. Circunciso ao oitavo dia
Indica que ele não é alheio ao povo de Israel. Ele faz parte desse povo desde o nascimento, e, em função disso, ele também espera a vinda do Messias. A circuncisão era o ato físico que determinava a entrada da criança na Aliança feita entre Deus e seu povo, Israel.
2. Da raça de Israel
É quase que uma redundância da afirmação anterior. Se Paulo foi circuncidado ao terceiro dia, é muito claro que ele era israelita, do povo de Israel. Talvez ele afirme ser da raça de Israel para compor o quadro de plena imersão na Aliança do Antigo Testamento. De fato, as afirmações seguintes dão a entender uma identificação perfeita com tudo isso.
3. Da tribo de Benjamin
Israel era tida como formada, originalmente, por 12 tribos. Cada uma delas era atribuída a um patriarca filho de Jacó, filho de Isaac e filho de Abraão. Em Josué 13—19, encontra-se a descrição da divisão das tribos de Israel na recém-conquistada terra prometida. Em especial, temos, em 18,11–20, algumas informações a respeito da tribo de Benjamim. O personagem que dá nome à tribo ou ao qual é atribuída sua origem era o filho de Raquel, esposa amada de Jacó, como pode ser lido em Gênesis 36,16–20. Em 36,22b–26, encontramos toda a família atribuída a Jacó, e Benjamin e José aparecem juntos.
4. Hebreu, filho de hebreus
Essa expressão é rica de significado. Não se trata apenas de uma consideração quanto à origem do personagem, mas de sua identidade e de sua posição dentro da História. Ele é hebreu; portanto, parte do povo da Aliança, marcado pela intervenção de Deus; e é filho de Hebreus, isto é, carrega consigo uma identidade que é mais do que uma opção de vida: é uma realidade existencial. É quase como dizer que ele não pode deixar de ser o que é, mesmo que viesse a rejeitar.
Essa expressão é rica de significado. Não se trata apenas de uma consideração quanto à origem do personagem, mas de sua identidade e de sua posição dentro da História. Ele é hebreu; portanto, parte do povo da Aliança, marcado pela intervenção de Deus; e é filho de Hebreus, isto é, carrega consigo uma identidade que é mais do que uma opção de vida: é uma realidade existencial. É quase como dizer que ele não pode deixar de ser o que é, mesmo que viesse a rejeitar.
5. Quanto à Lei, fariseu
O partido fariseu era um dos mais atuantes na Palestina no tempo de Jesus. Eles eram ligados à prática e à interpretação da Lei de um modo intenso, radical. Os fariseus tiveram muitos encontros e desencontros com Jesus, tendo sido questionados severamente por ele, como em Mt 15,1–9. Em outra ocasião, Jesus apresenta-os como modelos de conhecimento e ensinamento, mas não de vivência: Mt 23,2–7. Quando Paulo se identifica do partido dos fariseus, não está se acusando de hipócrita, mas, sim, declarando que tem a índole dos fariseus quanto ao conhecimento e à observância.
6. Quanto ao zelo, perseguidor da Igreja
Significa que ele, motivado pela sua adesão ao projeto religioso judaico, estava fiel às tradições e aos preceitos que ele impunha. Ora, em muitos casos, a Igreja, comunidade de discípulos de Jesus, estava em contradição com tudo isso. De fato, se a Igreja afirma que é Jesus quem conduz a Deus e o seu seguimento dá ao fiel a condição de estar na amizade com Deus, então, a Lei do Antigo Testamento não tem mais a importância que, antes de Jesus, tinha. Para alguém que crê na absoluta necessidade da Lei e na sua observância radical, essa ideia causa problemas. Paulo tornou-se para a Igreja nascente um problema: ele a perseguia, pois não podia admitir esse tipo de pensamento.
Significa que ele, motivado pela sua adesão ao projeto religioso judaico, estava fiel às tradições e aos preceitos que ele impunha. Ora, em muitos casos, a Igreja, comunidade de discípulos de Jesus, estava em contradição com tudo isso. De fato, se a Igreja afirma que é Jesus quem conduz a Deus e o seu seguimento dá ao fiel a condição de estar na amizade com Deus, então, a Lei do Antigo Testamento não tem mais a importância que, antes de Jesus, tinha. Para alguém que crê na absoluta necessidade da Lei e na sua observância radical, essa ideia causa problemas. Paulo tornou-se para a Igreja nascente um problema: ele a perseguia, pois não podia admitir esse tipo de pensamento.
7. Quanto à justiça que se encontra na Lei, tornado irrepreensível
Aqui, existe um elemento interessante: a justiça que vem da observância da Lei. No pensamento do Paulo cristão, a justiça vem da adesão a Jesus Cristo, não da observância da Lei. Se considerarmos os elementos elencados anteriormente: circuncidado, portanto, parte do povo Judeu; da raça de Israel; hebreu; fariseu; zeloso (empenhado, cuidadoso, meticuloso) na observância da Lei, da qual ele tirava a sua justiça… Se considerarmos essa sequência de "virtudes" apresentadas por ele, podemos entender que sua posição perante o Cristianismo nascente só poderia ser de crítica e até de perseguição.
8. Arrebatado por Cristo para ser apóstolo
Vem a última ideia da perícope de Filipenses 3,4b–7: "Mas tudo isso, que para mim eram vantagens, considerei perda por Cristo" (v. 7). Jesus Cristo passou a ser, para Paulo, o ideal da vida, o centro de sua atenção e o motivo de sua existência.
Paulo se apresenta com mais duas informações interessantes.
A primeira é que ele é de Tarso, na Cilícia. Isso já nos é conhecido. O que parece estranho é a informação seguinte: "[…] criei-me nesta cidade, instruí-me aos pés de Gamaliel […]". Gamaliel parece ser aquele que aparece em Atos dos Apóstolos 5,34ss. Ali é apresentado como fariseu, doutor da Lei e respeitado por todo o povo. Foi o instrutor de Paulo.
A primeira é que ele é de Tarso, na Cilícia. Isso já nos é conhecido. O que parece estranho é a informação seguinte: "[…] criei-me nesta cidade, instruí-me aos pés de Gamaliel […]". Gamaliel parece ser aquele que aparece em Atos dos Apóstolos 5,34ss. Ali é apresentado como fariseu, doutor da Lei e respeitado por todo o povo. Foi o instrutor de Paulo.
É importante assinalar que Paulo não se torna um convertido subitamente, vindo do nada. Não se trata de uma conversão ética, mas, sim, de uma conversão de opções: antes, o homem era um fariseu apaixonado, que "[…] progredia no judaísmo mais do que muitos compatriotas […]" (Gl 1,14) e, sinceramente, seguia os princípios judaicos; depois, o fariseu muda seus conceitos fundamentais, e Deus o chama pela sua graça para revelar nele seu Filho, para evangelizar entre os gentios (cf. Gl 1,16).
Paulo nasceu por volta do ano 10 da nossa era, na cidade de Tarso da Cilícia (At 9,11).
Jovem ainda, foi para Jerusalém, onde se especializou no conhecimento da sua religião. Tornou-se mestre e fariseu, ou seja, especialista rigoroso e escrupuloso no cumprimento de toda a Lei judaica e seus pormenores (At 22,3).
Cheio de zelo pela religião, começou a perseguir os cristãos (Fl 3,6), até que se encontrou com o Senhor na estrada de Damasco (At 9,1-19). A experiência de Jesus mudou completamente sua vida até a morte, situada por volta do ano 67.
Dada esta formação, Paulo é homem bem preparado. Além de conhecer a fundo a religião de seus pais, possui boas noções das filosofias e religiões gregas do seu tempo. Escreve e fala em grego. Enquanto judeu, tem mentalidade completamente diferente da dos gregos. Mas se esforça para assimilar a maneira de pensar dessa gente. Além disso, é cidadão romano (At 16,37). Ele soube tirar partido desse título, bem como de toda a bagagem cultural que adquiriu, para conduzir todos a Jesus (1Cor 9,19-22).
Lendo suas cartas, vamos ter uma ideia de como era seu caráter: às vezes, muito meigo e carinhoso; outras vezes, severo. Não abre mão e ameaça com castigos. Escrevendo às comunidades, compara-se à mãe que acaricia os filhinhos e é capaz de dar a vida por eles (1Ts 2,7-8). Sente pelos fiéis novamente as dores do parto (Gl 4,19). Ama-os, e por isso se sacrifica ao máximo por eles (2Cor 12,15). Mas é também pai que educa (1Ts 2,11), que gera as pessoas, por meio do Evangelho, à vida nova (1Cor 4,15). Sente, pelas comunidades que fundou, o ciúme de Deus (2Cor 11,2), temendo que elas percam a fé. Quando se faz necessário, é severo e ameaça, exigindo obediência (1Cor 4,21).
Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para ser apóstolo e escolhido para anunciar o Evangelho de Deus,que por Deus foi prometido através dos seus profetas nas Santas Escrituras. (Rm 1,1-2)
Jovem ainda, foi para Jerusalém, onde se especializou no conhecimento da sua religião. Tornou-se mestre e fariseu, ou seja, especialista rigoroso e escrupuloso no cumprimento de toda a Lei judaica e seus pormenores (At 22,3).
Cheio de zelo pela religião, começou a perseguir os cristãos (Fl 3,6), até que se encontrou com o Senhor na estrada de Damasco (At 9,1-19). A experiência de Jesus mudou completamente sua vida até a morte, situada por volta do ano 67.
Dada esta formação, Paulo é homem bem preparado. Além de conhecer a fundo a religião de seus pais, possui boas noções das filosofias e religiões gregas do seu tempo. Escreve e fala em grego. Enquanto judeu, tem mentalidade completamente diferente da dos gregos. Mas se esforça para assimilar a maneira de pensar dessa gente. Além disso, é cidadão romano (At 16,37). Ele soube tirar partido desse título, bem como de toda a bagagem cultural que adquiriu, para conduzir todos a Jesus (1Cor 9,19-22).
Lendo suas cartas, vamos ter uma ideia de como era seu caráter: às vezes, muito meigo e carinhoso; outras vezes, severo. Não abre mão e ameaça com castigos. Escrevendo às comunidades, compara-se à mãe que acaricia os filhinhos e é capaz de dar a vida por eles (1Ts 2,7-8). Sente pelos fiéis novamente as dores do parto (Gl 4,19). Ama-os, e por isso se sacrifica ao máximo por eles (2Cor 12,15). Mas é também pai que educa (1Ts 2,11), que gera as pessoas, por meio do Evangelho, à vida nova (1Cor 4,15). Sente, pelas comunidades que fundou, o ciúme de Deus (2Cor 11,2), temendo que elas percam a fé. Quando se faz necessário, é severo e ameaça, exigindo obediência (1Cor 4,21).
Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para ser apóstolo e escolhido para anunciar o Evangelho de Deus,que por Deus foi prometido através dos seus profetas nas Santas Escrituras. (Rm 1,1-2)
Complete estas informações sobre a pessoa de Paulo:
Veja o filme História do Apóstolo Paulo - no rodapé deste blog ou acessando:
https://www.youtube.com/watch?time_continue=9&v=cONQs1DmKPw
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