Cartas Paulo Apóstolo

1Ts

ROTEIRO PARA ESTUDO
( O estudo pode ser individual ou feito em grupo)

1. Introdução à carta

2. Leitura da Carta (possivelmente em A Bíblia -  Novo Testamento, Paulinas).

3. Estudo da Carta 

4. Atividade

5. Oração (Leitura orante - Paulina, como é sugerida na página inicial deste site)


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1. Introdução à carta

Redigida em Corinto no inverno de 50-51, a carta aos tessalonicenses é o primeiro documento escrito do Novo Testamento e do cristianismo. A 1 Tessalonicenses é, portanto, o mais antigo escrito cristão de que se tem notícia. É, também, o mais antigo texto neotestamentário.

 Aliás, essa datação é a chave para a cronologia de Paulo. A questão está na permanência em Corinto. Paulo, conforme a afirmação de Atos 18,11, residiu em Corinto por um ano e seis meses; portanto, por 18 meses. 

No final desse tempo, foi conduzido até o procônsul Galião, que deveria julgá-lo.  Galião não deu importância às questões levantadas pelos que apresentavam o Apóstolo ao tribunal (Atos 18,14–16). Ele reduziu as questões a argumentos de palavras, nomes e assuntos da Lei dos judeus. 

Despediu o grupo, que, não satisfeito com o inesperado desfecho da situação, tomou Sóstenes – que Atos indica ser o chefe da sinagoga local – e espancou-o. Paulo, contudo, pôde continuar na cidade ainda algum tempo.  Galião, procônsul da Acaia, região onde estava Corinto, ficou um ano na função. Como sabemos por uma inscrição encontrada em Delfos, Galião esteve na Acaia entre os anos de 51-52. Calcula-se que Paulo deve ter comparecido perante ele no final do verão de 51. Se 1 Tessalonicenses foi escrita de Corinto, então, deve ter sido antes dessa data. Calculam-se os anos de 50-51, provavelmente no inverno, que era o tempo de escrever cartas, pois as viagens eram impossíveis. 

Atingido pela perseguição, Paulo teve que deixar às pressas a cidade de Filipos. Dirigiu-se a Tessalônica (At 16,19-40), grande cidade comercial e ponto de encontro para muitos pensadores e pregadores das mais diversas filosofias e religiões.

Paulo anuncia o Evangelho e forma aí um pequeno grupo. Mas, perseguido, tem que fugir (cf. At 17,1-10) e seu trabalho corre o risco de se esvaziar diante das inúmeras propostas dessa grande cidade. Então, de Atenas, ele envia seus colaboradores Timóteo e Silas para visitarem e trazerem notícias dessa comunidade perseguida. Timóteo e Silas encontram Paulo em Corinto. Ao receber deles a notícia de que a comunidade de Tessalônica continuava fervorosa e ativa, ele escreve esta carta para comunicar a sua alegria e estimular a perseverança da comunidade.

Nesta carta, Paulo também procura responder a algumas questões que preocupam a comunidade de Tessalônica. Uma é o problema da vinda gloriosa de Cristo. Os tessalonicenses pensavam que essa vinda se realizaria logo, e se perguntavam: Os que já morreram, será que não vão participar desse grande acontecimento? Paulo mostra que no fim da história, tanto os mortos como os vivos estarão reunidos para viverem sempre com Cristo ressuscitado. A esperança é para todos, e todos participarão da vitória de Cristo sobre o mal e sobre a morte.

O Apóstolo relembra que a vida cristã é espera ativa do Senhor. A espera, formada de fé e perseverança, leva a construir a comunidade no amor. Ela faz olhar para o alto e para o fim da história, mas também leva os fiéis a se empenharem com todos os outros homens nas realidades terrestres, como o respeito ao corpo e o trabalho. Uma espera que não deixa de reforçar a fidelidade ao Senhor, porque o céu nada mais será do que a plena manifestação da realidade que os cristãos já começam a viver no presente da história: a união com o Senhor para sempre.


1 Tessalonicenses estabelece o padrão de motivos para as Cartas de Paulo: circunstâncias concretas, situações localizadas e bem delimitadas. As Cartas de Paulo  não eram programadas, à exceção daquela dirigida aos Romanos. A autenticidade de 1 Tessalonicenses é indiscutível. A Antiguidade já transmitia informações sobre a autoria de Paulo. O  Cânon de Muratori, famoso documento datado de meados do século 2º, apresenta a Carta em sua lista. Tem-se, também, os testemunhos de Ireneu († 200, aproximadamente), na região da Gália (atual França); de Clemente de Alexandria († antes de 215), no Egito; e de Tertuliano († 220, aproximadamente), na África. Todos confirmam a autoria paulina da Carta. Segundo Atos dos Apóstolos 17,1ss, Paulo e Silas chegaram a Tessalônica e, lá, iniciaram a pregação na sinagoga. Alguns aceitaram a mensagem apresentada pelo Apóstolo e formaram um núcleo cristão. Contudo, como podemos ler ainda em Atos 17, alguns judeus invejosos decidiram combater essa situação e acusaram os pregadores de propor outro "rei" além de César (cf. Atos 17,7), o que é interessante, pois a pregação cristã não era feita com essa imagem de "rei" aplicada a Jesus.

Estes fatos são narrados em Atos 17. A situação tornou-se muito tensa e envolveu a Jasão, o hospedeiro de Paulo naquela cidade. Por causa disso, Paulo e Silas foram retirados às pressas da cidade, de noite, indo para Bereia. Lá, também foram perseguidos por outros de Tessalônica, enviados pelos judaizantes da cidade. Dessa forma, Paulo teve de partir de Bereia e, conforme Atos 17,16ss, rumou para Atenas. Ficaram em Bereia Timóteo e Silas. Posteriormente, eles também seguem Paulo. Este manda Timóteo novamente a Tessalônica para confirmar a fé dos convertidos. Timóteo retorna trazendo notícias; é nesse contexto que Paulo escreve a 1 Tessalonicenses.

1 Tessalonicenses nasceu da necessidade de contatar os cristãos daquela cidade, despertados em sua adesão a Jesus Cristo em meio a situações muito complexas. Paulo afirma, em 1 Tessalonicenses 2,18, que deseja visitar a cidade, mas que Satanás o impede. 


A carta 1 TESSALONICENSES tem o seguinte esquema:

ESTRUTURA 
- Endereço. 
- Temas introdutórios 1,2–10 2,1–12 2,13–16 2,17–19 3,1–5 3,6–13
-  Ação de graças. Lembranças da estadia em Tessalônica. A reputação dos tessalonicenses. A solicitude do Apóstolo. 
- Motivo do envio de Timóteo. Ação de graças do Apóstolo. Escatologia e Parúsia 4,1–12 4,13–18 5,1–11 
- Prática de vida cristã. Imagem escatológica. A vinda do Senhor. Conclusões 5,12–22 5,23–27 5,28 - - Recomendações comunitárias. 
- Oração final. 
- Despedida. 

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2. Leitura da Carta (possivelmente em A Bíblia -  Novo Testamento, Paulinas).

É imprescindível ler 1 Tessalonicenses neste momento. Sua leitura é condição necessária para o seu estudo e comentário. Assim, um contato prévio é mais do que necessário. De modo especial, veja como Paulo, mais do que argumentos, apresenta a si próprio e a sua experiência. 

Observe e destaque os principais focos de atenção do Apóstolo para, depois, confrontar com as considerações aqui apresentadas. 

O endereço é simples e objetivo: apresenta os remetentes, tendo Paulo à cabeça, seguido de Silvano e Timóteo, e os destinatários: a Igreja de Tessalônica. 

Em seguida, temos cinco quadros, estruturados no argumento da recordação de fatos e situações em que aparece uma relação de "nós" e "vós", entendendo-se o "nós" como Paulo e seus companheiros e "vós" os tessalonicenses. Essa primeira parte, que chamamos de "temas introdutórios", é um conjunto de palavras, impressões e sentimentos intensos de interesse do Apóstolo para com uma Igreja nascida na adversidade, mas que produz frutos e progride. 

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3. Estudo da Carta 

Vejamos o conteúdo desses cinco quadros anteriormente citados. 

Primeiro quadro (1,2–10) Trata da vocação dos tessalonicenses e das consequências da adesão ao mistério de Jesus Cristo. Os pontos marcantes dessa adesão são a conversão da idolatria e a fé na ressurreição de Jesus. Os tessalonicenses, embora nas tribulações da vida, encontram alegria do Espírito. 

Segundo quadro (2,1–12) Trata das atividades do Apóstolo e de sua natureza. Em primeiro lugar, Paulo cita os percalços da sua missão em Filipos. Ele não desiste, contudo, de sua missão, pois ela veio de Deus. Por isso, declara-se livre dos condicionamentos próprios de pregadores itinerantes, muito comuns na época, que tinham e tiravam vantagens das situações que criavam. Paulo insiste em seu interesse intenso pelos tessalonicenses. 

Terceiro quadro (2,13–16) Aqui, Paulo recorda a conversão dos tessalonicenses, que entenderam seu interesse em levar a todos a salvação. Paulo louva a Igreja de Tessalônica e a conduta de seus membros, que chegaram a ser semelhantes aos das Igrejas da Judeia, sofrendo perseguições. Como Jesus foi perseguido, agora o são também seus discípulos. 

Quarto quadro (2,17–20) Seguindo a ideia da perseguição por causa do seguimento de Jesus, Paulo recorda que ele foi impedido de ir a Tessalônica por Satanás. É difícil determinar o que ele deseja dizer com isso: quem é Satanás? Os judaizantes, circunstâncias adversas ou situações físicas, climáticas? Mais uma vez, Paulo dá graças a Deus pela Igreja de Tessalônica. 

Quinto quadro (3,1–13) Paulo lembra que Timóteo foi desenvolver uma atividade em Tessalônica, a fim de confirmar a fé e instruí-los, preparando-os para as tribulações. Depois de ter enviado Timóteo até lá, agora, ele retorna com notícias que fazem Paulo sentir-se muito bem, pois o Evangelho surtiu efeito na comunidade. 
Depois desses "temas introdutórios", temos a segunda parte da Carta, composta, sobretudo, de temas pastorais e teológicos. Pode-se dividir essa parte em exortações e instruções.

Exortação (4,1–12), a prática de vida cristã A vida cristã exige fuga da impureza, pois é um chamado à santificação. O Apóstolo elenca o que deseja dizer com isso: abster-se da fornicação, guardar o próprio corpo, não ceder aos desejos da paixão, nem explorar o próximo. Segundo ele, nada escapa aos olhos de Deus. Por isso, é necessário o amor fraterno, que supera as tendências contrárias à santificação. Instruções sobre a parúsia, ou imagem escatológica (4,13-18 e 5,1-11) O fim dos tempos, aqui, está muito próximo do fim da vida. Trata-se de um conjunto de considerações em que essas duas situações são consideradas conjuntamente. Talvez alguns tessalonicenses estivessem em luto por alguma morte, ou, quem sabe, as inseguranças da vida impusessem alguma tristeza. Paulo identifica isso como falta de esperança (v. 13). 

Sem dúvida, as informações de Paulo a respeito da parúsia eram, ainda, muito ligadas ao pensamento judaico. A Igreja nascente ainda não tivera tempo para pensar na situação e nas suas relações com a vida concreta dos fiéis. Enfim: não parecia que o mundo fosse terminar, pois o que havia era a segurança das organizações romanas. Por que pensar nisso, então? 
Paulo, que, podemos dizer, ainda está no início de sua atividade, não tem uma visão clara do que tudo isso significa. Sabe que nunca a Igreja, os fiéis, os mortos e os vivos serão deixados à margem da vida e da salvação. Assim, mais do que descrever o final dos tempos ou o destino pessoal e comunitário dos fiéis, ele deseja declarar a constância do Senhor na história.
Sem dúvida que o Apóstolo é lúcido ao não indicar um tempo ou um lugar para o fim, usando imagens muito evidentes, como a do ladrão que chega à noite e a do sono que impede a reação perante um fato inesperado. É significativo que as instruções, a primeira sobre a morte e o morrer (4,13–18) e a segunda sobre a vinda do Senhor (5,1–11), concluem com a mesma ideia do consolo que nasce da pertença a Cristo (4,18 e 5,11). 

Conclusões de 1 Tessalonicenses 
São instruções da vida em comunidade, com um destaque para o respeito aos chefes da comunidade. Deve haver harmonia e paz. Segue-se uma série de recomendações que são concatenadas, seguramente com a intenção de criar, também, chaves de memória. No final, o Apóstolo pede que a comunidade não extinga o Espírito, o que pode significar que alguma formalidade fosse mais marcante do que a experiência da vida. E, por fim, uma recomendação que passou a ser um axioma cristão: "Discerni tudo e ficai com o que é bom" (5,21). Em seguida, uma complementação: "Guardai-vos de toda espécie de mal" (5,22). Paulo faz uma prece de agradecimento pela Igreja e roga sobre ela o que, antes, lhe ensinou como motivo de vida, isto é, a santidade: espírito, alma e corpo devem ser guardados para a vinda do Senhor. 

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4. Atividade 

Fazer uma avaliação, a partir desta Carta: 
Os tessalonicenses converteram-se da idolatria à fé na ressurreição de Jesus. 

1º Escreva em sua agenda um texto considerando suas idolatrias ( onde, quando e o que você coloca no lugar de Deus na sua vida?)

2º Faça uma boa confissão, a partir  desta descoberta.

3º Participe de uma celebração eucarística e receba Jesus Ressuscitado na comunhão, renovando sua fé.

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5. Faça a Leitura Orante de  1Ts 3,11-13:

11 Que Deus, nosso Pai, e nosso Senhor Jesus dirijam nosso caminho até vocês. 12 Que o Senhor os faça crescer e aumentar no amor mútuo e para com todos, assim como é o nosso amor para com vocês, 13 a fim de que o coração de vocês permaneça firme e irrepreensível na santidade diante de Deus, nosso Pai, por ocasião da vinda de nosso Senhor Jesus com todos os seus santos.

( Veja os passos da leitura orante na home, coluna ao lado direito).

Terminar vendo e cantando com o  video Por tudo dai graças, na home do blog

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